domingo, 27 de setembro de 2009

Taxi só lá embaixo!

Fui a Minas e a Santa Catarina semana passada dar palestras sobre nosso livro que dá nome a esse Blog. Nas duas vezes, quando cheguei de volta a Congonhas, ao sair pelo portão de desembarque me deparei com uns caras truculentos ao lado direito, formando uma espécie de barreira humana. Eles gritavam: "táxi só lá embaixo".
Para impedir que os passageiros pegassem táxis "não cadastrados", ou seja, para livrar a turma do aeroporto da concorrência, esse pessoal fazia parecer que pegar táxi na rua paralela ao desembarque era algo proibido por lei! E eles estavam lá de braços cruzados para fazer "a lei" valer. Impressionante. Quem ganha e quem perde? A proteção rende ganhos ao aeroporto em forma de taxas pagas pelos motoristas e, obviamente, aos taxistas estabelecidos. Quem perde, você já deve imaginar....
Este tipo de arranjo, aliás, era muito comum alguns séculos atrás. Na Europa, reis sem estrutura tributária sofisticada e ávidos por recursos para financiar pajelanças e guerras com vizinhos entregavam poder de monopólio legal a certos grupos de amigos, os tais amigos do rei, em troca de uma parcela dos ganhos extraordinários associados ao monopólio.
Contrastando com essa história de conluio em prejuízo do consumidor, ao ir ao parque Villa Lobos hoje com minha filha me impressionei com o custo horário da bicicleta dupla (que chegou ao parque algum tempo atrás e virou coqueluche), que havia alugado antes da viagem. Nesse interregno, o preço caíra pela metade! A explicação logo me ficou clara: na frente do parque, onde se alugam bicicletas, bolas e patins, vi que um outro microempreendedor, ao perceber a forte demanda pela tal bicicleta dupla, tinha reorganizado sua frota e estava oferecendo a tal bicicleta em grande quantidade aos clientes, forçando a concorrência a trazer o preço para algo mais próximo ao custo.
Hoje andei uma hora de bicicleta, ao invés dos usuais trinta minutos.

Um comentário: